Nos últimos anos a tecnologia se esgueirou para dentro das casas e se acomodou em nossa rotina de tal forma que é difícil imaginar que houve uma época em que o acesso à internet era limitado. Uma das várias consequências disso é a ascensão dos hotéis inteligentes. Em nome do bem-estar e da comodidade do hóspede, esses hotéis se destacam por proporcionarem uma estada conectada – em diversos sentidos.
Levar tamanha modernização à estrutura de um meio de hospedagem não é exatamente barato; é preciso acreditar no potencial de retorno que sua utilização trará em termos de experiência do cliente e eficiência operacional. Cá entre nós, esse retorno virá, pode ter certeza. Até porque a tendência é que a automação alcance um número cada vez maior de processos daqui para frente.
O futuro já chegou! E, com um bom planejamento, você também poderá colher os frutos inerentes aos hotéis inteligentes.
Para ter na ponta da língua: principais características dos hotéis inteligentes
1. Substituição das chaves físicas por chaves digitais
Quantas vezes você já chegou ao seu quarto de hotel e não conseguiu abrir a porta porque o cartão tinha desmagnetizado? Os cartões foram os substitutos das tradicionais chaves das acomodações e ainda são largamente usados em estabelecimentos no Brasil afora. Porém, os hotéis inteligentes já perceberam as vantagens de aderir às chaves digitais, que garantem ainda mais conveniência aos visitantes.
Imagine poder destrancar a porta acessando um aplicativo específico do seu smartphone ou smartwatch, por meio de um leitor de QR Code (diferente para cada reserva, é claro), com uma pulseira inteligente ou, então, via NFC (tecnologia similar ao Bluetooth, encontrada em boa parte dos aparelhos celulares, e que funciona na base da proximidade). Além de isso ser mais prático para o hóspede, é extremamente mais seguro, uma vez que as chaves digitais podem ser desabilitadas remotamente em caso de perda ou roubo de celular, por exemplo.
De quebra, o hotel consegue configurá-las para que o hóspede tenha acesso a determinadas áreas do complexo, facilitando o ir e vir e eliminando a necessidade de intervenção de algum membro da equipe. Adotar as chaves digitais também significa um impacto ambiental menor. Afinal, a produção de chaves físicas gera resíduos, consome energia elétrica e aprofunda o efeito estufa, uma vez que os materiais devem ser transportados até o hotel depois de fabricados.
2. Check-in e checkout podem ser feitos pelo próprio hóspede
Mesmo que alguns hóspedes prefiram fazer o check-in e o checkout do modo convencional – e não há qualquer problema com isso –, a maioria dos viajantes já sabe como funciona o processo e vê com impaciência as longas filas que se formam na recepção, especialmente em horários de pico. Portanto, parte da estratégia dos hotéis inteligentes é disponibilizar recursos que concedam autonomia para o cliente – e desafogam os funcionários em épocas de ocupação máxima, vale salientar.
Dois exemplos bem recorrentes são o uso de apps e de terminais de autoatendimento. Para entender melhor como eles podem ser aplicados, recomendamos a leitura do post Check-in e checkout em hotéis: 2 dicas infalíveis para evitar filas.
3. Os quartos levam a personalização a outro nível
Fazer com que o viajante se sinta em casa é mais possível do que nunca nos hotéis inteligentes, cujos quartos são cheios de recursos que podem ser alterados de acordo com suas preferências. Basta um simples pedido à Alexa ou ao Google Assistant – dois assistentes virtuais superpopulares – e voilá: o comando de voz transforma desejos em realidade.
Dessa forma é possível solicitar ajustes pontuais na temperatura do quarto e até programar temperaturas específicas para momentos específicos. A mesma coisa se aplica ao sistema de iluminação: conforme a hora de dormir for se aproximando, as luzes podem diminuir gradualmente, criando um ambiente mais propenso ao relaxamento. Lâmpadas inteligentes também permitem ajustar a intensidade da luz de um cômodo para o outro, atendendo, assim, às diferentes necessidades dos hóspedes, especialmente aqueles que estão dividindo o quarto com outras pessoas.
Dá para pedir para as cortinas se abrirem ou fecharem, conferir a previsão do tempo, fazer pesquisas por voz, ouvir um resumo das principais notícias do dia e até curtir um momento de descontração com uma piada. É realmente como ter um assistente particular, disponível 24h.
Há hotéis inteligentes que não usam a Alexa, mas sim aplicativos próprios. Nesse caso, tudo o que o hóspede tem que fazer é o download do app para personalizar a estada da forma que quiser – o que, entre outras coisas, inclui conseguir deixar o quarto na temperatura perfeita antes mesmo de ele chegar ao hotel. Legal, né?
4. Até o entretenimento é diferente nas acomodações
Em 2023, a assinatura de serviços de streaming estava presente em 42,1% dos lares brasileiros, conforme Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sendo assim, dá para imaginar que grande parte das pessoas que chegam a hotéis inteligentes tem a expectativa de ligar a TV – uma Smart TV, é claro – e encontrar esse benefício disponível.
Mais do que escolher entre uma infinidade de séries e filmes, hoje é possível assistir à televisão sem precisar do auxílio do controle remoto. O controle de voz se mostrou um ótimo substituto: liga e desliga o aparelho, muda de canal, ajusta o volume, busca por filmes ou programas, abre aplicativos. Se a estrutura do meio de hospedagem ainda contemplar barras de som, a experiência se torna ainda mais completa e imersiva.
5. O atendimento ao cliente ganhou um upgrade
Os hotéis inteligentes já sacaram que nem todo mundo gosta de resolver as coisas do modo clássico: por meio da interação com outras pessoas. Mesmo porque isso também quer dizer que as dúvidas geralmente são sanadas apenas em horário comercial.
A inteligência artificial veio para revolucionar isso e para imprimir uma agilidade muito maior ao atendimento ao cliente. Por meio de chatbots – programas de computador que simulam uma conversa –, os hóspedes podem enviar qualquer pergunta a qualquer hora do dia ou da noite e obter retorno imediato. Os chatbots fornecem informações sobre orçamentos e disponibilidade, esclarecem dúvidas pontuais (como o horário de funcionamento do restaurante) e muitas vezes figuram como um dos canais oficiais para atender a demandas sob medida, como pedidos por toalhas e travesseiros extras.
6. Tudo flui melhor, inclusive a gestão de recursos
A tecnologia, ainda que custe caro em um primeiro momento, é uma aliada e tanto para uma gestão de recursos mais eficiente a longo prazo. O uso de sensores, uma das marcas registradas da Internet das Coisas (IoT), pode detectar se há pessoas em determinada área do hotel e desligar o ar-condicionado automaticamente para poupar energia. A iluminação automatizada opera de modo semelhante.
Esses mesmos sensores podem sinalizar se os equipamentos estão em ordem ou se é preciso que a equipe de manutenção entre em cena antes que algum serviço tenha que ser interrompido. Tudo isso evita desperdício – inclusive de dinheiro – e acaba impactando, ainda que indiretamente, a qualidade da estada do hóspede.
Spoiler do bem: uma das áreas que mais se beneficia da IoT na hotelaria é o estoque. Inclusive, temos muito material bacana publicado aqui no Portal do Hoteleiro explicando o impacto positivo da automação de inventário.
Os hotéis inteligentes já são uma realidade e nós entendemos que eles representam o futuro da hospitalidade. Você acredita que essa tendência veio para ficar? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!
