sexta-feira, 26 setembro,2025
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Associativismo: a alavanca que torna o hotel independente mais competitivo

*Artigo assinado por Luiz Henrique Miranda, diretor-executivo da Agência AMIgo!* 

A pergunta é direta: como o associativismo ajuda um hotel independente a reduzir custos e a ganhar competitividade? A boa notícia é que a resposta também é objetiva. O que se vê, na prática, é que essa organização coletiva traz ganhos em diferentes frentes:  dos processos de compras à modernização tecnológica (destaque para o retrofit tecnológico), passando ainda por gestão, marketing e controle de estoque.

Mais do que dividir custos ou negociar em conjunto, o associativismo se enquadra como um facilitador para o hotel independente, já que favorece o acesso a ferramentas, processos e oportunidades de mercado, além de fortalecer e estimular a troca de experiências. Tudo isso se traduz em eficiência operacional acentuada e em um aprimoramento do serviço prestado ao hóspede, como você vai ver a seguir.

6 pontos em que o associativismo beneficia o hotel independente

1) Compras em rede que viram resultado

Uma mão segura um cartão de crédito na frente de um notebook, enquanto a outra mão digita no teclado. No plano de fundo, há um gráfico de barras com uma linha ascendente e um diagrama com ícones de dados, gráficos, e-mail e dinheiro, que se conectam por pontos e linhas. A imagem representa a importância de padronizar processos na área de Compras de um hotel para ganhar eficiência, automatizando tarefas e melhorando o desempenho financeiro.
Olhar com atenção para as áreas de Compras e Procurement, aprimorando e padronizando processos e fluxos de trabalho, é uma maneira de zelar pela excelência em um hotel independente | Crédito: Freepik

Centrais de compras e processos padronizados (RFI/RFP, homologação, contratos e SLA) dão escala, ampliam o poder de barganha e diminuem rupturas. Quando a associação adota plataformas digitais e integra estoque-compras-fornecedores, os erros caem e o spend – isto é, o volume total de gastos com compras – fica visível. Estudos citados pelo Portal mostram que a digitalização pode reduzir custos operacionais em até 20%, gerando impacto imediato no GOP (lucro operacional bruto) do hotel independente.

2) Retrofit tecnológico como programa coletivo

Ações conjuntas de retrofit – iluminação, climatização, automação, conectividade e eficiência energética – encurtam o período de retorno do investimento, elevam a experiência do hóspede e liberam a equipe de atividades repetitivas, como lançamento manual de pedidos e conferência de quartos, abrindo espaço para aquilo que realmente importa: atender e servir melhor. Em rede, a negociação com fornecedores se potencializa e a implantação ganha método e velocidade.

3) Inteligência de dados e métricas comuns

Um profissional de terno e gravata, visto de lado, mostra um mapa em um tablet para outra pessoa. No plano de fundo, há uma mesa de escritório com canetas, cadernos e xícaras de café. A imagem ilustra como o associativismo fomenta a troca de experiências e de informações entre diferentes profissionais, o que é sempre positivo para o negócio.
A troca de experiências entre diferentes profissionais é, de longe, um dos principais ganhos que o associativismo leva para o hotel independente, descortinando novos pontos de vista e expertises | Crédito: Freepik

Uma das grandes vantagens do associativismo é poder se comparar e aprender com outros hotéis – sejam eles independentes ou não. Entre outros aspectos, dá para analisar o consumo de energia e água, o uso de amenities, a aderência do cardápio à demanda e os padrões de serviço em áreas-chave, como manutenção e housekeeping. Ao utilizar métricas comuns para todos, comitês técnicos e auditorias cruzadas evitam desperdícios, driblam falhas e orientam o chamado capex, ou seja, os investimentos em melhorias estruturais e equipamentos.

4) Qualificação contínua e governança

Ter o respaldo de um calendário unificado de treinamentos para áreas estratégicas – a exemplo de compras, estoque, recepção, A&B e manutenção – contribui para que o hotel independente entregue excelência em todas as esferas. Além disso, contar com um código de conduta para fornecedores desenvolvido pela rede assegura qualidade, ética e transparência nas parcerias comerciais, minimizando riscos, aumentando a conformidade com normas internas e externas e somando pontos à reputação coletiva. O resultado é uma operação mais profissional, equipes preparadas e uma marca coletiva que protege e valoriza cada empreendimento.

5) Marketing e vendas cooperados

Com a estratégia de brand safety definida pela associação, é possível compartilhar recursos de mídia, conteúdo e sistemas de CRM, dando tração a campanhas contínuas (“always on”, no termo em inglês) voltadas a diferentes segmentos, como viagens a lazer, eventos corporativos (MICE) e com foco em atrair hóspedes de destinos específicos até o hotel. Essa abordagem gera leads mais qualificados, reduz o custo de aquisição de clientes (CAC) e beneficia o fluxo de caixa, incrementando a taxa de ocupação mesmo em períodos de baixa temporada.

6) Estoque e perdas sob controle

Um funcionário de um armazém, de costas para a câmera, segura um celular com uma tela verde e um leitor de código de barras. Na sua frente, sobre uma mesa, há um notebook que exibe uma planilha de dados. Ao fundo, está um corredor de um armazém com prateleiras cheias de caixas de papelão. A imagem representa a gestão eficiente do estoque, uma área essencial para um hotel, seja qual for o seu porte.
A gestão do estoque precisa ser impecável e ter processos desenhados com clareza, pois se trata de uma área essencial para o êxito do negócio – seja em um hotel independente, seja em um empreendimento que pertença a uma rede já consolidada | Crédito: Freepik

Ao adotar procedimentos comuns e relativamente simples – como definição de estoque mínimo e de segurança, gestão atenta de inventário e acompanhamento do giro de produtos por categoria, por exemplo –, o hotel independente desvia de uma série de dores de cabeça, sobretudo no que se refere a itens avariados e/ou extrapolando o prazo de validade. De uma forma ou de outra, isso quer dizer dinheiro parado nas prateleiras. Quando existe uma associação por trás, incentivando a padronização de processos e práticas (especialmente com a área de procurement, neste caso), a rentabilidade agradece e o estoque se mantém alinhado à demanda real.

Em síntese, o associativismo transforma “vizinhos de mercado” em coalizão de eficiência. Quando compras, tecnologia e pessoas avançam juntas, o hotel independente vê seus custos caírem, a margem ganhar fôlego e a fidelização se concretizar. É gestão com alma de hospitalidade: competitiva na planilha, humana na entrega – e sustentável no tempo.

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Bruna Dinardi
Author: Bruna Dinardi