quinta-feira, 13 novembro,2025
No menu items!

Por que o delivery em hotéis (interno e externo) ajuda a ampliar a receita

*Artigo assinado por Jeferson Munhoz, CEO da Escola para Resultados, a primeira escola do Brasil formada exclusivamente por profissionais hoteleiros, e sócio-diretor da HotelCare, operadora multimarca hoteleira*

O serviço de delivery em hotéis, muitas vezes visto como uma solução emergencial durante os picos da pandemia de COVID-19, consolidou-se no cenário pós-crise. Longe de ser apenas uma adaptação temporária, a oferta de alimentos e bebidas com conveniência expandida representa hoje um ponto de inflexão na gestão de Alimentos e Bebidas (A&B) hoteleira: de centro de custo a uma genuína oportunidade de negócio.

A mudança nos hábitos do consumidor, acelerada pelo isolamento social, fez com que o delivery e o takeaway (comida para levar) se tornassem “essenciais para a forma como [as pessoas] vivem”, segundo estudos internacionais. Para a hotelaria, o desafio é integrar essa tendência à proposta de valor, equilibrando a tradição do room service com a eficiência das plataformas digitais.

A perspectiva das grandes escolas de hospitalidade

Retrato em close-up de Jeferson Munhoz, um homem de pele morena clara e cabelos escuros, levemente grisalhos nas laterais, sorrindo. Ele veste um blazer azul-marinho sobre uma camisa social branca de colarinho aberto. O fundo é de cor cinza-escuro sólido.
Jeferson Munhoz, CEO da Escola para Resultados, reflete sobre como a pandemia de COVID-19 fortaleceu o serviço de delivery em hotéis neste artigo exclusivo | Crédito: Divulgação

As principais instituições de ensino superior em hotelaria e turismo, como Cornell, Lausanne (EHL) e Glyon, têm focado seus estudos em como os hotéis podem digitalizar e flexibilizar suas operações de A&B para maximizar o lucro e a satisfação do hóspede na era da conveniência.

1. Digitalização e eficiência (Cornell e EHL)

Especialistas em gestão de receitas e tecnologia hoteleira, como os de Cornell, enfatizam a integração tecnológica. O delivery em hotéis pós-COVID não é apenas um telefone tocando; é um sistema de pedidos móvel (“mobile ordering”). A conveniência de pedir por smartphone – seja para consumir no quarto, na piscina ou na área de lazer – está remodelando a experiência do hóspede.

Ao mesmo tempo, a Ecole Hôtelière de Lausanne (EHL) aponta que a sustentabilidade e a redução de desperdício são tendências centrais. Isso porque o delivery interno, quando bem gerido, permite um controle de estoque mais rígido e a utilização de embalagens sustentáveis, alinhando a operação com as exigências do novo consumidor consciente.

2. A flexibilização do serviço de quarto (Glyon)

O luxo tradicional do room service 24 horas, conhecido por seus altos custos operacionais, está sendo repensado. A escola Glyon e outros experts do setor notam que a flexibilidade nas opções de refeições é vital. Isso inclui:

  • menus simplificados e focados: reduzir a complexidade para garantir rapidez e qualidade na entrega;
  • parcerias estratégicas: alguns hotéis buscam parcerias com plataformas de delivery externas (como iFood ou Rappi no Brasil) para aumentar a oferta de opções ao hóspede, gerenciando o risco de reputação e a entrega para o portão do hotel;
  • modelos “grab-and-go” e “order-ahead”: criar espaços de autoatendimento ou permitir pedidos antecipados para retirada (“curbside pick-up”), reduzindo, assim, a necessidade de garçons.

Delivery em hotéis: potencial de receita e experiência

De modo geral, o delivery em hotéis, seja ele interno (o novo “room service digital”) ou externo (para a comunidade local), oferece duas grandes oportunidades, como você verá a seguir.

1. Abertura do food service hoteleiro para o público local (aumento de receita)

A pandemia forçou muitos hotéis com excelentes cozinhas a vender para o público externo via aplicativos. Esse modelo provou ser uma valiosa fonte de receita extra, especialmente em períodos de baixa ocupação hoteleira.

  • Exemplo internacional: cadeias de luxo e hotéis boutique que tradicionalmente não operavam delivery adotaram o modelo e transformaram seus restaurantes de alta gastronomia em “dark kitchens” por um período, optando por manter o serviço para diversificar as fontes de faturamento pós-pandemia.

2. Otimização da experiência do hóspede (diferenciação)

Uma hóspede sorridente de cabelos longos está sentada na cama de um quarto de hotel moderno, vestindo um roupão branco. Ela está segurando uma xícara branca na mão esquerda e pegando um pãozinho na cesta de café da manhã na direita. Vários pratos com café da manhã completo e um copo de suco de laranja estão dispostos sobre a cama, simbolizando a conveniência de um "room service digital" ou serviço de quarto. A cabeceira da cama é de madeira e tecido cinza-azulado.
A chegada do “room service digital”, que permite que os hóspedes usem a tecnologia para fazer solicitações ao time de A&B, aprimora a experiência durante a estada | Crédito: Freepik

O hóspede de hoje, muitas vezes um nômade digital ou um viajante a negócios (bleisure), valoriza a rapidez e a capacidade de personalização.

  • Exemplo nacional: hotéis que usam o QR Code para acessar o menu do room service (sem contato) e oferecem a opção de entrega em lockers ou em um ponto específico do andar satisfazem a demanda por autonomia e segurança.

Conclusão: uma oportunidade consolidada

O delivery em hotéis superou sua fase de “necessidade emergencial”, estabelecendo-se como uma oportunidade de negócio dupla:

  • otimiza a receita de A&B ao permitir a venda para o público externo e ao racionalizar os custos operacionais do room service tradicional;
  • melhora o índice de satisfação (GSS) ao oferecer a conveniência, a segurança e a flexibilidade que o hóspede pós-pandemia espera.

Ou seja, em vez de abolir o serviço, a tendência é a sua modernização. O futuro do food service na hotelaria será definido pela capacidade dos gestores em integrar a tecnologia de delivery à lendária hospitalidade que define o setor. O serviço não morreu; ele apenas se tornou digital, mais rápido e mais lucrativo.

Do conceito à prática: como tornar realidade o serviço de delivery em hotéis

Um entregador de comida sorri enquanto verifica seu smartphone. Ele veste um colete vermelho sobre uma camisa xadrez e carrega uma grande mochila térmica de entrega, também vermelha e preta, sobre o ombro. Ele está em pé em uma calçada urbana, em frente a uma fachada de vidro de um edifício. A imagem representa o serviço de delivery em hotéis.
Tem dúvidas sobre como estruturar um serviço de delivery? Pois o curso “Delivery na prática”, da Escola para Resultados, disponibiliza um conteúdo programático supercompleto sobre o tema | Crédito: Freepik

A área de A&B é tão fascinante quanto poderosa, principalmente quando se fala em fluxo de caixa, encantamento do cliente e reputação hoteleira. E, como bem explicou Jeferson Munhoz no artigo que você acabou de ler, o serviço de delivery em hotéis não é mais uma solução paliativa ou um “tapa-buraco”: é uma tendência que já se enraizou no setor (e na sociedade como um todo, aliás) e que traz comodidade e conveniência ao cliente.

A Escola para Resultados preparou uma capacitação sob medida para quem quer estruturar uma operação de delivery e esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto: “Delivery na prática”. A programação do curso contempla, entre outras coisas, os diferentes tipos de delivery, a importância das embalagens e da apresentação do produto, aspectos logísticos e de estoque e processos de venda e marketing. Vale a pena conferir – sobretudo com o desconto de 30% oferecido com exclusividade aos assinantes do Portal do Hoteleiro nessa e em diversas outras capacitações da instituição.

E você, concorda que o “room service digital” veio para ficar? O delivery em hotéis é, de fato, crucial para um empreendimento hoteleiro hoje em dia? Deixe sua opinião nos comentários!

 

Bruna Dinardi
Author: Bruna Dinardi