*Artigo assinado por Gabriel Emídio, jornalista e colaborador da Agência AMIgo! Comunicação Integrada*
A edição 62 (agosto/2025) da pesquisa realizada pela ABIH-SP sobre o desempenho da hotelaria paulista apurou elevação de 0,81% na taxa de ocupação e queda de 4,50% na diária média. Isso resultou no impacto negativo de –3,73% no RevPar em relação a julho. Apesar da ligeira alta na TO, é o segundo mês consecutivo de retração na DM e RevPar.
Lazer em baixa: o momento é do corporativo

Agosto foi um mês de retomada do corporativo e arrefecimento do lazer. Capital paulista, capital expandida, Mogiana e Coração Paulista registraram bom desempenho por serem MRTs (Macro Regiões Turísticas do Estado de São Paulo) com perfil corporativo. Já o Litoral Norte e o Litoral Paulista exibiram forte retração com o fim do mês de férias. Vale do Ribeira e Vale do Paraíba – Serras, bem como o Circuito das Águas e Estâncias, acompanharam esta retração.
Houve resposta de 14 MRTs – uma a mais que no mês anterior. Apenas Noroeste Paulista não respondeu à pesquisa. Novidade: pela primeira vez em 2025, dados de resposta da MRT Planalto Paulista.
Sete MRTs apresentaram queda na TO, mas o desempenho das demais garantiu estabilidade, na média. Quanto à DM, alta em apenas quatro MRTs, com um reflexo de melhora significativa. A queda do RevPar em seis MRTs sinalizou tendência de retração. Assim como julho, não foi um mês com bons resultados.
A expectativa para setembro é a continuação da demanda corporativa e a baixa temporada do lazer. Sem perspectivas de feriados prolongados, a tendência é lazer com média/baixa ocupação nos próximos meses. Hoteleiros do Litoral Paulista relataram nos comentários que agosto foi o pior dos últimos 12 anos.
Despesas em alta

Na análise da relação funcionários X Uhs, em agosto o índice permaneceu em 0,53, sem variação em relação a julho. Após uma oscilação, este indicador apresentou estabilidade e aponta para crescimento.
Na comparação com julho/2020 (início da série), a queda acumulada ficou mantida em 0,07 pontos (–11,66%), depois de atingir o mesmo índice do início do estudo no 33º mês. Continua o desafio de contratação de mão de obra qualificada.
ABIH-SP apresenta, também, os indicadores de categoria (Econômico, Midscale e Upscale) e de posicionamento principal do hotel (corporativo, lazer ou ambas as opções). Ambos com altas e baixas, de acordo com as respostas tabuladas. Estas informações são relevantes para a análise do desempenho dos hotéis por categoria e atividade principal.
Quanto aos indicadores de relação despesas X receita, os resultados apresentaram uma ligeira alta de +0,47% em relação a julho, após o atingimento do melhor índice em abril e maio deste ano. Neste mês, o indicador chegou a 68,63% da receita. Apesar disso, a variação de janeiro a agosto é de –1,16% – e mantém-se a tendência de queda. A rentabilidade bruta média estimada foi de 31,37%.
Neste fechamento, também se repete o gráfico da média anual das despesas – a comparação das médias de 2024 e 2025 qualifica a referência. Observou-se, em agosto, a tendência de alta da apuração de propriedades que declararam despesas acima dos 90% (13,16% das respostas). E, para algumas, muito acima dos 100%, chegando ao índice alarmante de 200%.
Cresce a importância do Portal do Hoteleiro
Seguem os resultados auferidos sobre o acesso ao Portal do Hoteleiro. Quanto à relevância das editorias, praticamente todas apresentaram peso significativo. No início, havia poucas com maior relevância. Porém, na medida em que o portal é acessado, a tendência é o leitor entender melhor a relevância de cada seção.
Nesta edição, a ABIH-SP indagou ainda sobre o interesse dos hotéis no Programa Retrofit Tecnológico de Hotéis, se os mesmos acharam a página informativa completa e se optaram por preencher o formulário.
Em junho, 7,69% aderiram de imediato ao formulário; em julho, o número passou para 13,16%. Outros 53,85% manifestaram intenção de participação em junho; neste mês, 47,37%. Também em junho, 38,46% entenderam que as informações são insuficientes e não manifestaram a intenção de participação. Neste mês, o índice subiu para 39,47%.
A ABIH-SP novamente agradece a todos os participantes desta pesquisa e destaca a importância de fornecer respostas. A região do Litoral Paulista, em especial o município do Guarujá, demonstrou forte adesão, o que reforça e muito a ponderação dos resultados e permite uma apuração mais detalhada das dores e reivindicações dos hoteleiros do destino.
A entidade ressalta que, além de os dados serem totalmente sigilosos e protegidos por lei, somente com uma boa amostragem é possível obter um resultado mais preciso. O núcleo de pesquisa reitera a colaboração dos membros diretores da ABIH-SP, observando a colaboração direta e na divulgação da mesma à sua rede de contatos.
Os encontros regionais da hotelaria têm o objetivo de fortalecer a classe e levar a ABIH-SP para mais perto do hoteleiro.
Um breve panorama sobre o desempenho da hotelaria paulista em agosto
Resultado consolidado do estado – taxa de ocupação
TO: 57,01%. Acumulado do ano: 58,15%. Variação em relação a julho: +0,81%.
Resultado consolidado do estado – diária média
DM: R$ 469,28. Acumulado do ano: R$ 493,71. Variação em relação a julho: –4,50%.
Resultado consolidado do estado – RevPar
RevPar: R$ 267,54. Acumulado do ano: R$ 287,23. Variação em relação a julho: –3,73%.
Indicadores por categoria de hotéis
Declararam Econômico: 50,94%. Upscale: 5,66%. Midscale: 43,40%.
Indicadores por atividade principal declarada dos hotéis
Declararam Corporativo: 50%. Ambos: 34,09%. Lazer: 15,68%.
Confira todos os dados da pesquisa na íntegra! Para tanto, basta assinar o Portal do Hoteleiro e garantir seu acesso à nossa área restrita.
A ABIH-SP é presidida por Marcos Vilas Boas. O desenvolvimento do projeto da presente pesquisa e a edição do conteúdo são de Roberto Gracioso, que integra o Conselho Fiscal da entidade. A gerente operacional Gláucia Sangiovanni é a responsável pela coleta, tratamento e administração de dados.